Eu uma justa ganancia rôta
Ronaldo Braga
Desespero nos escombros da seca, sonho um nordeste sem medo.
Eu
guerreiro entre pantanos e cactos
e rochedos,
ainda,
pó, mandacarus, pedra e sal,
enfrentado e fugido na morte.
Eu ganancia rota
circulando vida infame dos beijos adocicados nas tristezas.
Eu
que ferindo espinhos esparramados em noites de sertão
e vivendo em dias de alcool e fumo
acalento
deslumbrantes pensamentos assassinos.
Eu, lampião e conselheiro
transtornados em teus beijos de vampiro
canto a morte em doce melodias,
numa breve canção da vida.
Pois mesmo entre velhas canções
permaneço uma recordação perdida.
E sem remédio eu sou um outro de um outro eu
calmamente sonambulo.
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